A cibersegurança tornou-se uma prioridade para organizações de todos os tamanhos. Com o aumento dos ataques informáticos, proteger sistemas, redes e dados nunca foi tão importante. Nesse cenário, a deteção de ameaças desempenha um papel essencial, ajudando a identificar e mitigar riscos antes que possam causar danos graves.
O que é a deteção de ameaças?
A deteção de ameaças é o processo de identificar atividades suspeitas que podem comprometer a segurança de uma organização. As ameaças podem aparecer de várias formas, como malware, ataques de phishing, acessos não autorizados ou comportamentos anómalos na rede.
Este processo é reativo, ou seja, a deteção acontece quando comportamentos suspeitos são identificados. No entanto, ao usar ferramentas e estratégias adequadas, as empresas podem responder rapidamente e reduzir os danos potenciais.
Algumas práticas comuns na deteção de ameaças incluem:
- Monitorização da rede de TI para identificar alterações e anomalias;
- Análise de mudanças operacionais que possam indicar uma intrusão;
- Deteção de padrões de ataque, como acessos não autorizados ou tráfego suspeito.
Essas ameaças podem assumir diferentes formas, por exemplo:
- Cibercriminosos podem usar credenciais roubadas para acessar dados confidenciais;
- Ataques DDoS podem sobrecarregar os servidores e afetar os serviços;
- Phishing pode gerar e-mails fraudulentos para enganar os utilizadores.
Uma das abordagens que ajuda a entender como um ataque se desenvolve é o Cyber Kill Chain (CKC), uma framework que mapeia as diferentes fases de um ciberataque, ajudando na deteção precoce das ameaças.
Como as ameaças se tornam riscos reais
As ameaças podem rapidamente evoluir para riscos graves que afetam diretamente a organização. Aqui estão algumas das formas mais comuns:
- Engenharia social e ameaças internas: Atacantes exploram vulnerabilidades humanas, como no spear phishing e deepfakes para fraudes financeiras. Além disso, colaboradores insatisfeitos podem vazar dados sensíveis.
- Ransomware: Sequestra sistemas e dados, exigindo resgate. Além do impacto financeiro, a interrupção operacional e o dano à reputação podem ser devastadores.
- Ataques DDoS: Um ataque de Distributed Denial of Service (DDoS) sobrecarrega os servidores da organização com um tráfego de dados excessivo, tornando-os inacessíveis para utilizadores legítimos. A utilização de botnets — redes de dispositivos comprometidos — torna esses ataques extremamente eficazes e difíceis de prevenir, especialmente quando se tratam de dispositivos IoT com firmware desatualizado.
- Vulnerabilidades na Cadeia de Fornecimento: Muitos ataques exploram vulnerabilidades em ferramentas de terceiros ou em sistemas desatualizados. Quando as atualizações de segurança não são aplicadas a tempo, as organizações ficam expostas a ataques, muitas vezes sem saber. Além disso, a consciencialização dos colaboradores sobre boas práticas de segurança é fundamental para impedir que esses riscos se concretizem. Nos últimos anos, a proliferação de pacotes maliciosos em repositórios públicos tem-se tornado uma preocupação crescente, aumentando a complexidade da gestão da cadeia de fornecimento de software. Para entender melhor esse cenário, partilhamos o 10º Relatório Anual da Sonatype sobre o Estado da Cadeia de Fornecimento de Software®, que analisa a escalada das ameaças envolvendo malware de código aberto e os desafios que as empresas enfrentam para garantir a integridade do seu software.
Distinções na deteção de ameaças
Embora a deteção de ameaças seja crucial para qualquer estratégia de cibersegurança, existem diferenças importantes no processo de deteção, dependendo da abordagem adotada.
Deteção de ameaças vs. TDIR
A Deteção, Investigação e Resposta a Ameaças (TDIR) é uma abordagem baseada no risco, que visa detetar e mitigar ameaças de forma mais eficaz. A Gartner destaca que, hoje em dia, os métodos tradicionais de deteção, como o uso exclusivo de indicadores históricos de compromisso ou modelos baseados em TTPs (Táticas, Técnicas e Procedimentos), já não são suficientes para antecipar as ameaças sofisticadas que enfrentamos. Ferramentas de SIEM e SOAR, como o Splunk Enterprise Security, podem ser fundamentais neste processo.
O ciclo de vida do TDIR pode ser dividido em quatro etapas:
- Coletar dados sobre ativos valiosos, operações e processos;
- Utilizar ferramentas de deteção de ameaças para mapear ativos, criar perfis de risco e contextualizar os dados;
- Investigar incidentes com base em novos dados, analisando desvios do comportamento esperado;
- Desenvolver e executar uma estratégia de resposta, com playbooks e cronologias para lidar com diferentes tipos de incidentes.
Deteção de ameaças vs. threat hunting
A deteção de ameaças não deve ser confundida com threat hunting. Enquanto a deteção é reativa, o threat hunting é uma abordagem proativa, onde especialistas tentam identificar ameaças antes mesmo de se manifestarem.
Aqui estão algumas diferenças entre as duas práticas:
- Abordagens: A deteção de ameaças foca-se na identificação de padrões anómalos, enquanto o threat hunting envolve uma busca ativa por ameaças que estão “escondidas”.
- Ferramentas: A deteção de ameaças usa frequentemente automação e inteligência artificial, enquanto o threat hunting depende mais da análise humana e da experiência dos analistas.
- Criatividade: O threat hunting exige um nível elevado de conhecimento e intuição dos analistas para identificar ameaças mais complexas.
Em resumo, enquanto a deteção de ameaças lida com ameaças em curso, o threat hunting tenta antecipar e neutralizar potenciais ataques antes que se concretizem.
Tipos de ameaças mais comuns
- Malware: Software malicioso que rouba informações ou danifica sistemas;
- Phishing: Engana utilizadores para obter dados sensíveis;
- Ransomware: Sequestra dados e exige resgate;
- Ataques de Força Bruta: Tentativas repetitivas de adivinhar credenciais;
- Ameaças Internas: Erros ou ações maliciosas de colaboradores;
- Ameaças na Supply Chain de Open Source: A utilização de componentes de software open source pode introduzir vulnerabilidades se não forem adequadamente monitorizadas. Ataques como a injeção de código malicioso em dependências populares podem comprometer a segurança de milhares de projetos.
Como funciona a deteção de ameaças?
A deteção de ameaças pode ser feita através de diversas abordagens e ferramentas, incluindo:
- Monitorização Contínua: avalia o tráfego em tempo real;
- Análise de Código Open Source: examina vulnerabilidades em bibliotecas e componentes de código aberto para mitigar riscos antes da implementação;
- Análise Comportamental: utiliza modelos de inteligência artificial para reconhecer comportamentos incomuns;
- Soluções de Endpoint Detection and Response (EDR): protegem dispositivos individuais contra ameaças;
- Sistemas de Deteção de Intrusão (IDS): identificam atividades suspeitas na rede;
- Threat Intelligence: usa informações de ameaças conhecidas para prever e impedir ataques.
A importância da resposta rápida
Uma vez que uma ameaça é identificada, é fundamental agir rapidamente. Assim, ter um plano de resposta a incidentes ajuda a:
- Minimizar danos financeiros e reputacionais;
- Evitar a propagação da ameaça dentro da organização;
- Garantir a conformidade com normas e regulamentos de segurança.
A automação com ferramentas Splunk desempenha um papel essencial na deteção e resposta a ameaças, permitindo que as empresas isolem e mitiguem ataques rapidamente.
Conclusão
Por fim, a deteção de ameaças é uma parte indispensável da cibersegurança moderna. Identificar riscos e reagir de forma rápida e eficaz é crucial para proteger dados, sistemas e a reputação das organizações. Ao investir em tecnologias adequadas e boas práticas de segurança, as empresas podem fortalecer a sua postura cibernética e minimizar os riscos de ataques informáticos.
Fonte: aqui.